Gesso Diamante

Polo do Araripe teme perder suas empresas

Vendida como a solução logística para o escoamento da produção dos municípios que estão localizados no semiárido nordestino, entre Eliseu Martins, no Piauí, e Ipojuca, em Pernambuco, a Transnordestina pode, quando entrar em operação, entre o final de 2016 e o início de 2017, representar uma ameaça para o Polo Gesseiro do Araripe, no Sertão do Estado. Por conta da escassez da madeira, dos problemas ambientais com o coque de Petróleo e do custo com o óleo combustível é possível que os grandes minérios sejam levados, por meio da ferrovia, e calcinados em regiões que já possuem o gás natural a um custo mais baixo. Se isso acontecer, ficarão no Araripe apenas as jazidas e a exploração da gipsita, colocando em risco mais de 80 mil empregos diretos e indiretos gerados na microrregião.

Ciente de que a ferrovia poderá ser a solução para problemáticas que envolvem questões como a competitividade, o vice-presidente do Sindicato da Indústria do Gesso de Pernambuco (Sindusgesso), Josias Inojosa Filho, disse não descartar a possibilidade de migração da produção gesseira para outras regiões, caso os entraves energéticos não sejam resolvidos. “Para produzirmos o gesso precisamos otimizar e resolver a escassez desses itens, sobretudo porque o aquecimento dos fornos dependem dessas matérias-primas”, pontuou Inojosa.

Para o representante, o ideal seria estimular o cultivo em florestas energéticas. “Embora haja uma discussão nos âmbitos federal e estadual, vale ressaltar que levar investimentos por meio dos agricultores e dos empresários, aliado à implantação de um gasoduto, se trata da única solução para aquilo que vem nos preocupando”, afirmou. Segundo ele, existe uma área de 150 mil hectares em estado de degradação.

Fonte: Folha de Pernambuco Digital